quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Dia de Drummond: Quadrilha




E o dia 31, é, agora, o "Dia de Drummond", para que possamos ler e aprender mais sobre este autor, que também foi Cronista e Contista!

Hoje, vocês podem ler o poema: "Quadrilha", e se preparar para grandes emoções...

  

Quadrilha

Carlos Drummond de Andrade

João amava Teresa que amava Raimundo 
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili 
que não amava ninguém. 
João foi para o Estados Unidos, Teresa para o 
convento, 
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, 
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto 
Fernandes 
que não tinha entrado na história.


sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Dia de Drummond: Itabira




E o dia 31, é, agora, o "Dia de Drummond", para que possamos ler e aprender mais sobre este autor, que também foi Cronista e Contista!

Hoje, vocês podem ler o poema: "Itabira", e se preparar para grandes emoções...

  

Itabira

Carlos Drummond de Andrade

Cada um de nós tem seu pedaço no pico do Cauê 
Na cidade toda de ferro 
as ferraduras batem como sinos. 
Os meninos seguem para a escola. 
Os homens olham para o chão. 
Os ingleses compram a mina.

Só, na porta da venda, Tutu caramujo cisma na 
derrota incomparável.

domingo, 31 de agosto de 2014

Dia de Drummond: José




E o dia 31, é, agora, o "Dia de Drummond", para que possamos ler e aprender mais sobre este autor, que também foi Cronista e Contista!

Hoje, vocês podem ler o poema: "José", e se preparar para grandes emoções...

  

José

Carlos Drummond de Andrade

E agora, José? 
A festa acabou, 
a luz apagou, 
o povo sumiu, 
a noite esfriou, 
e agora, José? 
e agora, Você? 
Você que é sem nome, 
que zomba dos outros, 
Você que faz versos, 
que ama, proptesta? 
e agora, José?

Está sem mulher, 
está sem discurso, 
está sem carinho, 
já não pode beber, 
já não pode fumar, 
cuspir já não pode, 
a noite esfriou, 
o dia não veio, 
o bonde não veio, 
o riso não veio, 
não veio a utopia 
e tudo acabou 
e tudo fugiu 
e tudo mofou, 
e agora, José?

E agora, José? 
sua doce palavra, 
seu instante de febre, 
sua gula e jejum, 
sua biblioteca, 
sua lavra de ouro, 
seu terno de vidro, 
sua incoerência, 
seu ódio, - e agora?

Com a chave na mão 
quer abrir a porta, 
não existe porta; 
quer morrer no mar, 
mas o mar secou; 
quer ir para Minas, 
Minas não há mais. 
José, e agora?

Se você gritasse, 
se você gemesse, 
se você tocasse, 
a valsa vienense, 
se você dormisse, 
se você consasse, 
se você morresse.... 
Mas você não morre, 
você é duro, José!

Sozinho no escuro 
qual bicho-do-mato, 
sem teogonia, 
sem parede nua 
para se encostar, 
sem cavalo preto 
que fuja do galope, 
você marcha, José! 
José, para onde?

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Dia de Drummond: Poema de sete faces




E o dia 31, é, agora, o "Dia de Drummond", para que possamos ler e aprender mais sobre este autor, que também foi Cronista e Contista!

Hoje, vocês podem ler o poema: "Poema de sete faces", e se preparar para grandes emoções...

  

Poema de sete faces

Carlos Drummond de Andrade

Quando nasci, um anjo torto 
desses que vivem na sombra 
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

As casas espiam os homens 
que correm atrás de mulheres. 
A tarde talvez fosse azul, 
não houvesse tantos desejos.

O bonde passa cheio de pernas: 
pernas brancas pretas amarelas. 
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração. 
Porém meus olhos 
não perguntam nada.

O homem atrás do bigode 
é sério, simples e forte. 
Quase não conversa. 
Tem poucos , raros amigos 
o homem atrás dos óculos e do bigode.

Meu Deus, por que me abandonaste 
se sabias que eu não era Deus 
se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo 
se eu me chamasse Raimundo, 
seria uma rima, não seria uma solução. 
Mundo mundo vasto mundo, 
mais vasto é meu coração.

Eu não devia te dizer 
mas essa lua 
mas esse conhaque 
botam a gente comovido como o diabo.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Reflexão: O defeito que você vê no outro, pode ser o seu!


O Defeito do Outro pode ser o Seu( Autor desc.)

 

Uma mulher olhou do seu vitrô, apontou para o quintal da vizinha e disse ao marido:
-Há dias venho observando como é encardida a roupa da vizinha.Eu teria vergonha de pendurar no varal uma roupa tão mal lavada.Isso é relaxamento, um desleixo...Na verdade, acho que é preguiça.

O tempo passava... e, cada vez que ela voltava a observar, as roupastinham um aspecto pior. 

Certo dia, uma surpresa! Ao reparar nas roupasda vizinha, ficou abismada. Estavam, brancas, limpinhas, as cores vivas.
-Criou vergonha - disse ela. - Perdeu a preguiça e esfregou mais, ou então trocou a marca do sabão.
-Nada disso - replicou o marido - fui eu que lavei.

-Lavou a roupa da vizinha????
-Não, mulher, lavei o vidro da janela. Era ele que estava encardido.

"O defeito nem sempre está no outro, repare bem se o problema não é com você..."

sábado, 31 de maio de 2014

Dia de Drummond: Mãos dadas




E o dia 31, é, agora, o "Dia de Drummond", para que possamos ler e aprender mais sobre este autor, que também foi Cronista e Contista!

Hoje, vocês podem ler o poema: "Mãos dadas", e se preparar para grandes emoções...

  

Mãos Dadas

Carlos Drummond de Andrade

Não serei o poeta de um mundo caduco. 
Também não cantarei o mundo futuro. 
Estou preso à vida e olho meus companheiros 
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças. 
Entre eles, considere a enorme realidade. 
O presente é tão grande, não nos afastemos. 
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas. 
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história. 
Não direi suspiros ao anoitecer, a paisagem vista na janela. 
Não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida. 
Não fugirei para ilhas nem serei raptado por serafins. 
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, 
a vida presente.


segunda-feira, 31 de março de 2014

Dia de Drummond: Poema que aconteceu




E o dia 31, é, agora, o "Dia de Drummond", para que possamos ler e aprender mais sobre este autor, que também foi Cronista e Contista!

Hoje, vocês podem ler o poema: "Poema que aconteceu", e se preparar para grandes emoções...

  

Poema que aconteceu

Carlos Drummond de Andrade

Nenhum desejo neste domingo 
nenhum problema nesta vida 
o mundo parou de repente 
os homens ficaram calados 
domingo sem fim nem começo.

A mão que escreve este poema 
não sabe o que está escrevendo 
mas é possível que se soubesse 
nem ligasse.
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